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Avaliação dos impactos na Flora e Fauna

A avaliação das condições da vegetação se destaca como uma das ações prioritárias. Esta linha envolve diagnósticos da vegetação, considerando: aspectos da legislação, incluindo indicação de táxons registrados em listas oficiais de espécies em risco de extinção, condições de preservação da flora nativa, alterações da estrutura vegetacional por aumento do efeito de borda, desequilíbrio pela redução na riqueza e/ou abundância das espécies, bioinvasão, influência na alteração e coesão dos solos, mudanças na topografia de encostas, estimativa de consequências em caso de redução ou supressão da cobertura vegetal, fragmentação ou isolamento de remanescentes. Nesta linha inclui-se também estudos que envolvem outros produtores primários como o perifíton/microfitobentos ou o fitoplâncton. Ferramentas genéticas podem complementar as informações ecológicas e morfológicas dos recursos vegetais, contribuindo para analisar a diversidade e a pureza genética na manutenção das populações. Os impactos na fauna são definidos através da identificação das espécies animais em determinada área e seu monitoramento (temporal e/ou espacial), com o objetivo de quantificar e qualificar possíveis danos de um empreendimento sobre a natureza, contribuindo para um melhor gerenciamento dos recursos naturais. Avaliando as relações entre a fauna e o ambiente em que vivem, será possível estabelecer as prioridades relacionadas aos diferentes tipos de impactos ambientais.

Estudos sobre aspectos da alimentação, história de vida, aquicultura e genética das comunidades e populações são temas abordados nesta linha de pesquisa, que podem fornecer informações básicas sobre espécies sobreexplotadas e/ou ameaçadas de extinção. Assim, os estudos de avaliação dos impactos da fauna dentro da Auditoria Ambiental, atuam como instrumentos de gestão, fornecendo subsídios para o monitoramento de uma população e/ou comunidade, contribuindo para o entendimento dos processos relacionados à estrutura e o funcionamento do hábitat, visando a explotação dos recursos naturais de maneira sustentável

Projetos

3.1 Estudos Florísticos em ocupações e loteamentos costeiros
Descrição: Projeto no qual são efetuados levantamentos florísticos e monitoramento de alterações na vegetação, através do método das parcelas e de sensoriamento remoto. Na amostragem, são obtidos dados como DAP, densidade, abundância de indivíduos, quantidade de epífitas, área basal das árvores, umidade relativa do ar, temperatura do ar e solo e índice de luminosidade, visando caracterizar e monitorar a estrutura da vegetação local. Com o sensoriamento remoto é realizado o monitoramento espaço-temporal das alterações na vegetação na escala da paisagem através dos índices de vegetação e classificação de imagens, além da comparação com os dados obtidos em campo.

3.2 Usos e manejo da vegetação
Descrição: O conhecimento do uso de recursos naturais está relacionado a processos adaptativos e culturais e permanece pouco divulgado no meio técnico-científico. As populações tradicionais desenvolveram formas sustentáveis de utilização dos recursos, resultantes de sua dependência destes recursos para sobrevivência. O uso de plantas para fins de subsistência e medicinais é um domínio que o ser humano possui desde os tempos primitivos, sendo indispensável por reunir informações sobre o ambiente e transferir de geração para geração este conhecimento. Na sociedade urbana moderna, o uso da vegetação está geralmente restrito ao cultivo para alimentação, paisagismo, medicina popular e, mais recentemente, aos usos alternativos, como a construção de telhados verdes ou jardins de chuva. Os estudos das diversas e complexas interações entre o homem e seus recursos vegetais disponíveis são o foco da etnobotânica e manejo vegetal, que abrangem, além do nível utilitário das plantas, também os aspectos culturais, sociais e ecológicos desta interação. A etnobotânica geralmente é baseada na observação e estudo detalhado dos usos que uma sociedade faz das plantas, incluindo as crenças e práticas culturais associadas a esses usos. Contudo, a transferência desse conhecimento entre as gerações de populações tradicionais pode ser ameaçada pela interferência de fatores externos a elas, por exemplo, pela sua maior exposição à sociedade envolvente e, consequentemente, às pressões econômicas e culturais externas; maior facilidade de acesso aos serviços da medicina moderna e o deslocamento das pessoas de seus ambientes naturais para regiões urbanas, o que leva à perda do caráter utilitário do conhecimento popular acumulado há várias gerações e ao seu desaparecimento. Neste contexto, o presente projeto prevê o estudo dos conhecimentos moderno e tradicional de uso de plantas nativas ou naturalizadas, por meio de estudos desenvolvidos junto às populações urbanas e tradicionais. As informações compiladas deverão auxiliar na elaboração de estratégias de monitoramento e manejo da vegetação em ambientes costeiros.

3.3 Estudos de efeito de borda e bioinvasão
Descrição: O efeito de borda é especialmente impactante em fragmentos da vegetação pequenos ou isolados. Neste projeto são estipuladas faixas de efeito de borda, através da investigação sobre alterações morfoclimáticas ocorrentes em consequência de abertura de trilhas e clareiras; isso é feito por meio do estudo de fatores abióticos (temperatura, luminosidade, umidade) da área e fatores bióticos da vegetação, como estrutura, composição e/ou abundância relativa, além da presença de metabólitos secundários. As invasões biológicas são consideradas a segunda causa de ameaça à biodiversidade no planeta, ultrapassada apenas pelas ações antrópicas; espécies invasoras são muitas vezes responsáveis pela degradação do ambiente físico, causando alterações nos ciclos ecológicos e desequilíbrios nas comunidades. Serão investigadas espécies vegetais potencialmente invasoras e a relação entre sua disseminação e as atividades humanas, bem como a relação entre o sucesso dessas invasões e a presença de metabólitos secundários que poderiam ser vantajosos nesse processo. Os resultados devem servir de subsídios para elencar estratégias de monitoramento e manejo, com base na extrapolação de registros de ocorrência de plantas invasoras e seus efeitos, em outras áreas de condições similares.

3.4 Avaliação de compostos fenólicos de angiospermas como biomarcadores de impacto ambiental
Descrição: Os metabólitos secundários vegetais são moléculas produzidas a partir do metabolismo vegetal, as quais atuam especialmente na defesa contra predadores e patógenos, agindo como toxinas e substâncias alelopáticas. A riqueza destes metabólitos em plantas é explicável pelo fato de que os vegetais estão enraizados no solo e não podem se deslocar e, desta forma, estão impossibilitados de responder ao meio ambiente pelas vias possíveis dos animais. Entre as classes de metabólitos secundários presentes em vegetais destacam-se os taninos e os flavonoides – substâncias que apresentam estruturas polifenólicas às quais já foram atribuídas funções defensivas, além de responderem ao estresse vegetal ocasionado pela poluição do solo por metais pesados, atividade atribuída, em parte, pela capacidade dos taninos de formarem complexos com íons metálicos, além da capacidade antioxidante descrita para taninos e flavonoides. O presente estudo consiste em analisar o teor de compostos fenólicos totais, assim como avaliar a presença e comparar o teor de taninos e flavonoides de espécies de angiospermas, em áreas impactadas e áreas não impactadas. Os resultados obtidos poderão abrir perspectivas para a utilização de compostos fenólicos vegetais como biomarcadores de impactos.

3.5 Ictiofauna da zona de arrebentação de praias no litoral do Estado de São Paulo
Descrição: Neste projeto iremos analisar como a comunidade de peixes na zona de arrebentação de praias expostas está espacialmente estruturada em função das características ambientais e grau de urbanização. Serão consideradas variações no padrão de composição de espécies, variações morfométricas dos indivíduos e composição dos grupos tróficos. Os peixes serão amostrados utilizando-se uma rede de arrasto do tipo picaré, acondicionados em sacos plásticos etiquetados e transportados em caixas térmicas com gelo até o Laboratório de Biologia de Organismos Marinhos e Costeiros (LABOMAC) da UNISANTA. Posteriormente serão identificados em nível de espécie, tomadas as medidas morfométricas, pesados, dissecados e os estômagos com alimento serão conservados para análises da dieta. Medidas de diversidade, riqueza e equabilidade serão utilizadas para analisar a estrutura das comunidades. O grau de associação entre as espécies e os locais de coleta será verificado com um escalonamento multidimensional não-métrico e o padrão de correlação entre as variáveis ambientais através de uma análise de componentes principais. O teste de Mantel será utilizado para correlacionar a matriz de correlação das variáveis ambientais e a matriz de composição de espécies. Serão avaliadas a amplitude e a sobreposição de nicho entre as espécies e as classes de comprimento, visando identificar mudanças ontogenéticas na dieta. Espera-se com este estudo ampliar o conhecimento sobre a ictiofauna em zonas de arrebentação de praias no litoral do Estado de São Paulo.

3.6 Impactos da pesca de arrasto de camarões sobre as comunidades de peixes no litoral
As dissertações associadas a este projeto de pesquisa partem do pressuposto que toda atividade extrativista gera impactos não só ao recurso alvo, mas também a todo o ambiente em seu entorno. Assim estes impactos devem ser avaliados e monitorados regionalmente, buscando medidas mitigatórias adequadas à sustentabilidade regional.

A pesca de camarões no litoral de São Paulo representa uma parcela significativa da produção pesqueira brasileira. Possui relevante contexto econômico, histórico, social, cultural e ambiental. Na pesca de arrasto direcionada à captura de camarões, uma grande parte da fauna capturada é rejeitada, devido ao baixo valor comercial ou ao pequeno porte de espécies de interesse econômico. Entre os grupos integrantes da fauna rejeitada, geralmente descartada morta ou debilitada, os peixes são os mais abundantes. A taxa de rejeição é variável entre as regiões, sendo a proporção mundial por arrasto em peso camarão/peixe de 1:5 kg em águas temperadas e de 1:10 kg em águas tropicais, podendo alcançar até 1:25kg.

A baixa seletividade desta modalidade de pesca causa grande impacto ambiental, gerando alterações na cadeia trófica e consequentemente o desequilíbrio da estrutura funcional das comunidades de peixes, além de colocar em risco a própria espécie-alvo.

As pesquisas inseridas neste projeto buscarão avaliar os principais tipos de impactos causados por esta modalidade de pesca junto às comunidades de peixes, assim como subsidiar discussões e metodologias acerca da redução da fauna acompanhante, ou seu melhor aproveitamento, sem inviabilizar a atividade pesqueira.

3.7 Avaliação de impactos sobre as comunidades de peixes e crustáceos em regiões estuarinas: subsídios para gestão portuária
Os sistemas portuários são imprescindíveis para o desenvolvimento de um país. São importantes para a indústria e a logística, estando diretamente ligados à intermodalidade, ao escoamento de cargas e a defesa estratégica; porém, causam grandes impactos ambientais, tanto em sua construção quanto na manutenção. A constante necessidade de modernização dos portos deve-se ao crescimento da produção e ao desenvolvimento econômico, porém estes processos devem ser concomitantes com a conservação ambiental.

O processo contínuo de dragagem, seja para a manutenção ou para a expansão portuária, não se restringe apenas ao aprofundamento e alargamento de canais, lagos ou rios, também é responsável pelo aterramento de áreas alagadas. Além disso, diversas outras atividades portuárias também são responsáveis por diferentes tipos de impactos ambientais, como as operações de manuseio, transporte e armazenagem da carga, manutenção e trânsito de embarcações e equipamentos. Assim, os ambientes portuários são caracterizados por estarem em constante modificação, seja no ponto de vista territorial ou de desenvolvimento, como no ponto de vista ambiental.

Os impactos ambientais constantes da atividade portuária causam a perda de diversidade, alterações nos padrões estruturais das comunidades, assim como na dinâmica, distribuição e resiliência dos organismos que habitam estas regiões. São responsáveis também por alterações na qualidade da água, no perfil sedimentar e hidrológico, pela contaminação dos corpos de água por diversos produtos e organismos exóticos, além de interações negativas com outras atividades como pesca, turismo, aquicultura, recreação, etc.

Assim, a avaliação ambiental através de estudos sobre a diversidade e bioecologia de peixes e crustáceos em regiões estuarinas visa subsidiar discussões, metodologias, medidas mitigadoras ou condicionantes sobre os efeitos sinergéticos dos impactos oriundos da atividade portuária.

3.8 Impactos da urbanização na fauna silvestre
Descrição: Ambientes urbanos são redutos de fauna de diversas espécies, sendo estas originárias de diferentes habitats e ecossistemas. Assim, as cidades também são consideradas como ecossistemas complexos com interações da biodiversidade de forma equivalente a ambientes naturais inalterados. A homogeneização da fauna, principalmente devido a urbanização dos ambientes, nos remete a necessidade de avaliações e atitudes que visem diminuir os impactos do crescimento humano. As dissertações associadas a este projeto estão direcionadas a avaliações, discussões e aplicações de atividades sustentáveis ou não, que forneçam subsídios para políticas públicas de conservação da fauna de ambientes antropizados, os quais englobam desde grandes centros urbanos a áreas associadas a atividades agrícolas e pecuárias, com baixa densidade populacional.

3.9 Caracterização da biodiversidade marinha e estuarina, diversidade genética e estruturação populacional em ambientes impactados pela atividade pesqueira e antrópica
Descrição: A atividade pesqueira insustentável, a perda de hábitats e outras interferências antrópicas têm aumentado significativamente o risco de extinção de diversas espécies em regiões estuarinas e costeiras no Brasil e no mundo. Desta forma, conhecer a biodiversidade e suas relações, quantificar a diversidade genética e caracterizar a estrutura genética populacional são fundamentais para fomentar planos mais eficientes de conservação e manejo, a fim de viabilizar sua sustentabilidade a médio e longo prazos e também auxiliar uma atividade econômica e comercial mais responsáveis. Deste modo, as dissertações associadas a este projeto serão direcionadas a avaliações, discussões e aplicações de ferramentas moleculares que visam auditar a atividade e o comércio pesqueiros, o aperfeiçoamento de políticas públicas e a educação ambiental e também, fomentar planos de conservação e manejo.

3.10 Análise Histopatológica de Organismos em Ambientes Impactados
Descrição: A zona costeira constitui-se uma região de grande diversidade biológica e fragilidade ambiental, sofrendo influência tanto de processos naturais quanto antrópicos. Impactos decorrentes da poluição das águas, contaminação do solo, pressão populacional, entre outros fatores, são especialmente verificados nesta região. As alterações promovidas pela presença de poluentes no ambiente aquático podem comprometer os indivíduos desde o nível molecular até morfofisiológico ou individual, assim como nos maiores níveis de população e ecossistema. Os animais são excelentes indicadores para monitorar a saúde do ecossistema aquático, tendo em vista sua ampla diversidade e capacidade de concentrar poluentes em seus tecidos diretamente da água e/ou por meio de sua dieta bastante diversificada. Desta forma, este estudo tem por objetivo avaliar a resposta morfofisiológica dos organismos marinhos aos fatores ambientais, por meio da histopatologia (microscopia de luz e eletrônica de transmissão) e bioquímicas, a fim de subsidiar a compreensão dos mecanismos de adaptação do organismo às condições adversas do ambiente marinho.

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